quarta-feira, 12 de maio de 2010

Entrevista John Nouanesing

O designer francês John Nouanesing tem uma forma irreverente de pensar no mobiliário, originais e descoladas suas peças são de traços interessantes e super marcantes o que faz toda a diferença nos ambientes.
Sem formação em grandes escolas de design, ele atraiu os holofotes da mídia com seu trabalho inusitado, que se tornou must have para antenados que gostam de uma boa dose de humor no segmento.
Suas criações concorrem a prêmios como o Mitsubishi Design Competition, e mereceram destaque em publicações como Wallpaper, Vogue e Elle Décoration.

Outro ponto importante do trabalho de Nouanesing é a funcionalidade que ele confere às peças, fazendo com que mesas possam ser usadas como baús, bancos e até mesmo obras de arte, como a peça Zelda, uma grande caixa em acrílico com múltiplas funções. Seu mais recente trabalho, a mesa "Paint or die but love me", tem aspecto de tinta fresca e parece estar flutuando, assim como a peça "Grand Ilusion". A inusitada peça "Playing Table" foi produzida com cartas de baralho em tamanho gigante, e as luminárias "Not what I thought", com cúpula pintada de preto e a base iluminada. Seu trabalho chamou tanto a atenção da mídia especializada internacional que grandes lojas disputam a produção em grande escala de seus móveis.

Jovialidade, humor e ousadia ao enxergar o design!

Há um mês entrei em contato com ele para uma possível entrevista, mandei um e-mail e ele super solícito concordou, muito simpático apenas pediu um tempinho para responder devido seu tempo estar curto (com certeza deve vir coisas novas por ai, né?).
Gente e nem demorou tanto assim, mas isso não significa que não fiquei muuuuito ansiosa no aguardo das respostas.

Deixei na íntegra em inglês a entrevista, mas logo abaixo tem a tradução, ok?

Confere!!!

Luciana Tolentino


L - When and how the interest in design came?

J - I wanted to do design since I was 11 when. I realized that this job existed. First, I wanted to be a car designer when I was young. But 10 years later,
when I began to study design at school, I've changed my mind and wanted to design furniture because it lets you more liberty to your creativity.

L – What in your work as a designer satisfies you?

J - What I like in doing design is the liberty that I have. I can imagine and draw what I like and what I feel. I have always liked drawing and I did it my
job so I can't be less happy. And when something that you've drawn on a sheet of paper becomes a real 3D product, you feel something between satisfaction and
enjoyment.
But when I talk about liberty, it's also about the way of life it lets, as I can work in the middle of the day like I can work in the middle of the night and
everywhere I want. I'm really flexible in my everyday life thanks to that.

L- When you draw something you try to solve space problems or just want to bring a new look with different shapes and conceptual?

J - When I work for clients, I do design depending on a brief given so I try to solve problems and to answer to their expectations, trying in the same time
to keep my design style.
And when I work for myself, I usually do things more visual and conceptual. I create things that correspond to my universe. I become then a bit selfish and I
design what I would like to have in my appartment!

L - Tell us how about your creative process and what materials do you like to work and why?

J - Generally speaking, when working for clients I do a list of words on a sheet of paper that refers to the brief and to its environment and the way I would
like to go. Then I try to draw what I feel depending on what I've wrote on the paper, trying to find the concepts and lines in order to use them on the
creation which will form the answer and a sort of summary of the brief.
But when working for myself, the idea generally comes to my mind and I don't need to do a list. I start directly to work from the idea with drawings.

L - Who are the designers that inspires you or that you just admire the work?

J - I love Philippe Starck's work. It's simple and recognizable at the same time. I also like some of Karim Rashid's and Ora-Ito's style.
But Akira Toriyama's Dragonball, and mangas more generally, have much more influence on my work than anything else. I'm also inspired by urban culture,
skateboarding and video games.

L - Do you know something about Brazilian art?

J- I'm not really good in art culture basically, but I can say that I like the art of playing of Brazilian footballers like Ronaldinho or Ronaldo who are
very creative on the pitch. I admire the way they use the ball to create new tricks (I like football!).

---- Tradução

Lú - Quando surgiu seu interesse em design?

Eu queria ser designer desde meus 11 anos quando percebi que existia este trabalho. Primeiro, eu queria ser designer de carro, mas 10 anos mais tarde quando comecei a estudar desenho na escola mudei de idéia e quis ser designer de mobiliário, porque dá mais liberdade pra criar.

Lú - O que mais te satifaz em ser um designer?

O que eu gosto nesse trabalho é a liberdade que eu tenho. Eu posso imaginar e desenhar o que eu gosto e sinto. Eu sempre gostei de desenho e eu fiz disso o meu trabalho, então não poderia ser mais feliz. E quando algo que você desenhou em uma folha de papel se torna um produto real em 3 dimensões, você sente algo entre satisfação e prazer. Quando falo sobre liberdade, é também sobre o modo de vida que isso me permite, posso trabalhar no meio do dia ou no meio da noite e em todos os lugares que eu quiser. Tenho muita flexibilidade na minha vida cotidiana, graças ao design.

Lú - Ao desenvolver uma peça, você procura resolver problemas de espaço ou simplesmente quer trazer um novo olhar com diferentes formas e conceitos?

Quando trabalho para clientes eu desenho de acordo com o pedido, a necessidade do cliente e então tento resolver os problemas apresentados por ele e responder às suas expectativas. E quando eu trabalho para mim eu costumo fazer as coisas mais em cima do visual e do conceito. Eu crio coisas que correspondem ao meu universo, até me torno um pouco egoísta porque eu projeto o que eu gostaria de ter no meu apartamento!

Lú - Fale um pouco sobre seu processo criativo quais materiais você gosta de trabalhar e por quê?
Geralmente quando trabalho para clientes eu faço uma lista de coisas que fazem referência ao que o cliente me passou e através disso vou achando os caminhos que posso seguir para atender às suas expectativas tentando ao mesmo tempo manter meu estilo de desenho. Então eu tento tirar o que eu sinto através do que eu escrevi no papel, tentando descobrir o conceito e as linhas, a fim de usá-los na
criação, o que vai dando respostas como uma espécie de resumo do resumo.
Mas quando trabalho para mim, a idéia geralmente vem à minha mente e eu não preciso fazer uma lista. Eu começo a trabalhar diretamente a partir da idéia com desenhos.

Lú - Quais são os designers que inspiram ou que você admira o trabalho?

Eu amo o trabalho de Philippe Starck. É simples e reconhecível ao mesmo tempo. Também gosto de Karim Rashid e o estilo de Ora-Ito.
Mas Dragonball de Akira Toriyama, e mangás em geral, têm mais influência no meu trabalho do que qualquer outra coisa. Eu também me inspiro bastante na cultura urbana, skate e videogames.

Lú - Você conhece alguma coisa de arte brasileira?


Eu não sou muito bom em cultura, arte basicamente, mas posso dizer que eu gosto da arte de jogar futebol, dos jogadores de futebol brasileiro, como Ronaldinho ou Ronaldo que são muito criativos em campo. Admiro a forma como eles usam a bola para criar novos truques (eu gosto de futebol!).



Mesa "Paint me or not, but love me"


Playing Card Table




8 comentários:

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